quinta-feira, 2 de abril de 2009

sobre mentir

Fez questão de ouvir romperem todos os discursos e estranhou a suave e serena calma com que encarava àquilo que não considerava uma situação.
Acostumara enfim a rudeza dos fatos e herdara uma estranha sensatez que por vezes não correspondia, a maior parte do tempo, não refletia o seu tiquetaquear vago.
Eles continuavam a falar, intercalando tragos e risos e demonstrações pitorescas de compreensão com expressões faciais distorcidas, haviam praticado dias a fio essa técnica.
Se naquele momento em que os observava, fossem postos sobre patamares com ternos e gravatas ele vagamente estranharia com um bocejo e um piscar soturno e cuidadoso exprimindo um 'que diabos!?'


Andou uma distância sem cálculos pela gotejante avenida, acenou timidamente com a mão ao primeiro taxista desperto que vagava, soltou com um sotaque rijo e descompassado, notavelmente forçado

- Siga andando, estou atrasado.

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